Uma professora aposentada, de 55 anos, foi encontrada morta na tarde desta quinta-feira (02), por um familiar, na casa onde morava, no bairro Bela Aliança, em Rio do Sul. A suspeita é que ela tenha sofrido um infarto durante a manhã. Marlene Kurth de Mello lutava contra um câncer de mama, descoberto em outubro de 2018, em estágio avançado. Como havia metástase, não foi possível fazer cirurgia e, por isso, ela passou por várias sessões de quimioterapia. Recentemente, a professora participou da exposição fotográfica “Câncer, Como Eu Sou Depois de Você”, que reuniu imagens de 12 mulheres que faziam tratamento no Hospital Regional, pra marcar o Outubro Rosa.
Natural de Rio do Sul, Marlene foi para Agrolândia em 1994 e começou as atividades como professora em 2001. Efetiva desde 2002, trabalhou ainda na Apae e no Ceja e atuou também nos municípios de Presidente Getúlio e Ibirama. Depois que se aposentou, ela voltou a morar em Rio do Sul. Como o valor que recebia não era suficiente para cobrir as despesas do tratamento, amigos promoveram em Agrolândia uma pastelada para arrecadar recursos, no mês de abril.
A doença:
Em entrevista ao Portal Expresso, Marlene contou que descobriu a doença após sentir fortes dores no braço esquerdo. Depois de exames médicos, veio o diagnóstico: neoplasia mamária com carcinoma maligno, ducto invasivo, com metástase e linfonodos. Em resumo, era um tumor maligno que já havia se espalhado, atingindo gânglios linfáticos e caindo na corrente sanguínea. Um câncer agressivo com uma evolução rápida.
“Foi um susto grande, quando vim para uma consulta mais detalhada, disse para os alunos que iria ao médico e voltaria, porém, não ocorreu, tive que imediatamente iniciar os procedimentos e ser afastada das funções”, destaca a professora.
As quimioterapias foram realizadas pelo SUS, mas a doença gera várias outras despesas: tem os remédios para combater/amenizar os efeitos colaterais que não são poucos, gastos com locomoção para realização de exames e tratamento, estacionamento, alimentação diferenciada, cuidados especiais com higiene do ambiente, necessidade de cuidados especiais com o corpo (uso de hidratantes, protetores). O tratamento é longo sem data para terminar e o desgaste físico e emocional é intenso.
O apoio da família e amigos tem feito toda a diferença nessa luta. “Apesar de tudo agradeço a Deus todos os dias pela vida. Adotei um lema: um dia de cada vez! Só por hoje. E sou grata”, finaliza Marlene.
Despedida:
O corpo da professora Marlene está sendo velado no cemitério Jardim Primavera, no Fundo Canoas, com missa de corpo presente às 9h desta sexta-feira (03).
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