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Quinta-feira, 25 de Abril de 2024
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Segurança

SC é 'bastante suscetível' a deslizamentos como o de Capitólio, dizem especialistas

Monitoramento é fundamental para evitar acidentes com pessoas, segundo pesquisadores. Defesa Civil afirma que faz vigilância com foco na prevenção.

Reporter Zildomar
Por Reporter Zildomar
SC é 'bastante suscetível' a deslizamentos como o de Capitólio, dizem especialistas
Foto: Polícia Militar/Reprodução
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O deslizamento que resultou na morte de 10 pessoas em Capitólio, Minas Gerais, acendeu o alerta para a prevenção de situações semelhantes em todo o Brasil. "Estamos sim em um estado [Santa Catarina] bastante suscetível a ocorrências como esta", afirmou a geógrafa e vice-presidente da União da Geomorfologia Brasileira (UGB), Maria Carolina Gomes.

"É um estado que concentra os maiores cânions do Brasil. Um cânion é um vale fluvial, em que o rio é cercado por paredões íngremes verticais, como em Capitólio. Esses paredões são suscetíveis a movimentos de massa. A chuva desencadeia, mas é um processo que ocorre pela ação da gravidade", explicou .

O geólogo e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) João Carlos Rocha Gré também comentou sobre o movimento de massa no estado.

"Aqui em Santa Catarina, esses blocos rochosos são observados ao longo das encostas da serra. Por exemplo, Itaimbezinho, Serra do Rio do Rastro [no Sul do estado] e outras localidades. Esses ambientes possuem condições geológicas semelhantes a do Capitólio", afirmou Gré.

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A geógrafa também citou locais onde podem ocorrer deslizamentos. "Arrisco desde Garuva [no Norte do estado] até Praia Grande [no Sul], conjunto de Serra do Mar, Serra Geral, Serra do Leste catarinense", enumerou.

Muitos desses locais são procurados por turistas. "São áreas muito visitadas para práticas esportivas ou de lazer, por vezes acompanhadas de guias, por vezes não" disse Gomes.

"De uma forma geral, esses fenômenos [de deslizamentos] podem ocorrer aqui. Diria, é muito maior a chance do que lá, inclusive. Exige um monitoramento por parte do poder público", completou a geógrafa.

Os dois pesquisadores destacaram a importância dessa vigilância para a prevenção de acidentes.

Monitoramento

A Defesa Civil de Santa Catarina falou sobre o assunto apenas por nota. Afirmou que "atua no monitoramento constante de áreas suscetíveis a movimentos de massa, de todas as classificações, inclusive queda de blocos rochosos, por meio da atuação das coordenadorias regionais e da equipe técnica, de forma a agir imediatamente em possíveis ocorrências, com foco direto na prevenção e isolamento das áreas antes das movimentações".

A vice-presidente da UGB destacou que o trabalho de observação é "fundamental".

"O monitoramento depende de vários fatores. Do tamanho da área, por exemplo. Área muito grande requer metodologias compatíveis a esse tamanho, demandam técnicas diferentes. A simples observação, registro com recorrência é fundamental. Sinais de movimentação, de deslocamento. São evidências simples, mas que devem ser monitoradas com frequência, em bancos de dados, a estabilidade daquele lugar", explicou.

O professor Gré disse que a responsabilidade por manter integridade é do "poder público. O geólogo [que faz o monitoramento] aponta risco e passa para o órgão público. Cabe a eles fazer os procedimentos".

A Defesa Civil catarinense afirmou que há monitoramento constante em localidades como as serras do Rio do Rastro e do Corvo Branco, "que apresentam grandes formações rochosas e quedas de blocos constantes em períodos chuvosos, o que acarretou na execução de obras para a mitigação dos riscos nos locais".

Acidentes em SC

O estado já registrou acidentes com feridos relacionados a deslizamentos nesses locais. Em 2017, um deslizamento de pedras ocorrido em outubro na Serra do Rio do Rastro deixou uma pessoa ferida e danificou um carro e um ônibus. A pessoa ferida estava dentro de um carro Citroen C3 que foi atingido pelas pedras. A vítima foi levada sem ferimentos graves para um hospital no município de Lauro Müller, no Sul do estado.

Carro danificado após deslizamento de pedras na Serra do Rio do Rastro em 2017 — Foto: Samuel Madeira/Portal Sul in Foco

Carro danificado após deslizamento de pedras na Serra do Rio do Rastro em 2017 — Foto: Samuel Madeira/Portal Sul in Foco

Em 2016, na mesma serra, um motorista ficou ferido após o carro dele ser atingido por pedras. O vão que se formou quando o teto do veículo cedeu criou o único espaço possível para que o condutor escapasse.

Carro foi atingido por deslizamento de rochas na Serra do Rio do Rastro em 2016 — Foto: PMRv/Divulgação

Carro foi atingido por deslizamento de rochas na Serra do Rio do Rastro em 2016 — Foto: PMRv/Divulgação

FONTE/CRÉDITOS: g1
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