Pesquisa divulgada pela Federação do Comércio de SC (Fecomércio/SC) nesta semana mostra que o nível de renda dos catarinenses estabilizou-se entre os mais ricos e caiu entre os mais pobres durante o período mais crítico da pandemia de Covid-19 no Estado. Os dados revelam que os ganhos daqueles que recebem acima de 10 salários mínimos pararam de encolher em fevereiro e tiveram leve variação mensal. Por outro lado, os ganhos daqueles que recebem abaixo de 10 salários mínimos seguem em queda profunda, num cenário pior do que o registrado após o lockdown no início de 2020.

Segundo a entidade, a redução entre os mais pobres provavelmente está relacionada ao corte no auxílio emergencial do governo federal e posterior término do pagamento, além do "período das pressões inflacionárias que corroeram as rendas" e que "não obtiveram correção monetária". Por outro lado, os mais ricos mantiveram os níveis de emprego e renda, mas reduziram o nível de consumo, o que, de acordo com a Federação, deve estar associado à criação de poupanças e investimentos. 

Os mais ricos perderam mais no início da pandemia, mas agora têm estabilidade. Os mais pobres tiveram uma curva de queda mais suave no início, mas desde agosto seguem caindo de forma acelerada.

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Nível do consumo

O nível de consumo, que mede o quanto o catarinense está gastando na atualidade, vem em queda para as duas faixas de renda desde o início da pandemia. O relatório da Fecomércio aponta que o nível de consumo entre todos os consumidores foi de 26,4 pontos em fevereiro, na escala que vai de 0 a 200. Portanto, bem abaixo da média. 

Segundo a pesquisa, 80,4% dos consumidores estão comprando menos do que antes, 12,6% está comprando igual a antes, e 6,8% está comprando mais do que antes. Já nas perspectivas de consumo, que mede a intenção de comprar no futuro, mostra que 67,9% dos consumidores pretende consumir menos em relação ao segundo semestre de 2020, 19,3% pretende consumir no mesmo patamar, e apenas 11,9% vai aumentar. 

O nível de consumo caiu nas duas faixas de renda. Segundo a entidade, a probabilidade é de que aqueles que ganham acima de 10 salários mínimos estejam constituindo poupança ou aplicando em investimentos. 

Para retomar o consumo, a Federação defende medidas de fomento ao emprego e a renda e ao crédito. "Neste momento, as medidas mais importantes para conter a queda no consumo, do ponto de vista estritamente econômico, continuam a serem as políticas de manutenção e reconstituição do emprego e da renda, assim como medidas de ampliação do crédito que possibilitem manter reduzidas as taxas de juros e risco de inadimplência", diz a entidade em relatório.

Nível de consumo, que marcou 26,4 pontos na escala de 0 a 200, mostra pessimismo na hora de comprar.